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Guia essencial para conseguir emprego em programação sem experiência ou faculdade

Como conseguir um emprego em programação sem ter experiência alguma comprovada e/ou sem faculdade, meios tradicionais de contratação

Como conseguir um emprego em programação sem ter experiência alguma comprovada e/ou sem faculdade, meios tradicionais de contratação

Das mais frequentes perguntas que eu recebo como mentor é se precisamos de faculdade para trabalhar com programação. Respondido isso, vem a segunda do ranking que é “como conseguir emprego se toda oportunidade de trabalho solicita algum tempo de experiência?” (isso quando não pedem 5 anos de experiência para uma pessoa programadora nível junior).

Já fiz um vídeo explicando isso e você pode conferir depois que terminar de ler este artigo. O video está logo abaixo.

Se você não sabe a diferença de níveis profissionais em programação, funciona mais ou menos assim:

Níveis profissionais em programação
EstágioDurante a faculdade, sem experiência
JuniorIniciante de tudo ou pouco tempo de experiência
PlenoNormalmente 3+ anos de experiência
SeniorNormalmente 5/7+ anos de experiência
EspecialistaSem previsibilidade de tempo de carreira, mas acima de senior
PrincipalUma pessoa com cargo de alto impacto na empresa, também sem previsibilidade de tempo de carreira

O modo mais fácil de entrar na área, então, seria iniciar uma faculdade para entrar em um estágio, certo?

Deveria ser, porém mesmo para estágio algumas empresas podem pedir experiência. Não quero entrar nessa discussão agora, pois iria muito longe, mas essa é a realidade. O mercado não é justo e, se quisermos manter nossa positividade e sanidade mental, precisamos nos acostumar com a realidade da vida e seguir em frente.

Agora, e se você, assim como eu, não tiver grana para entrar na faculdade (mesmo para fazer um curso com bolsa, custa caro estudar), então ficou complicado. Porém dá, sim, para conseguir um emprego na área de programação sem faculdade e sem experiência!

Não será nada fácil, mas eu tentei compilar o passo-a-passo neste artigo de uma maneira que qualquer pessoa possa acompanhar. Boa sorte na sua jornada e conte comigo nas redes sociais para te ajudar.

Caso você queira agradecer pelo artigo ou comentar algo, vá até algum vídeo meu e comente por lá. Além disso, compartilhe o artigo para o máximo de pessoas possível.

Você vai precisar tomar boas decisões

Não existe um método mágico que você possa utilizar para entrar na área de programação (ou qualquer área) sem uma formação tradicional ou experiência. Será necessário tomar boas decisões e seguir um plano.

Para que nossas decisões sejam melhores, precisamos buscar o máximo de informações possíveis antes de dar um passo para frente.

Alguns dos pontos que são extremamente importantes que você domine antes de qualquer coisa:

  • como funciona o mercado de programação
  • diferentes profissões onde você pode atuar
  • diferentes tecnologias que você pode aprender
  • métodos de estudos
  • meios de praticar programação

Para facilitar sua vida, resumi alguns assuntos.

Como funciona o mercado de programação

O mercado de trabalho para programação existe como qualquer outro: você vende sua força de trabalho por uma quantia em dinheiro para realizar ações que o (a) seu/sua contratante não sabe ou não pode fazer por conta própria/sozinho (a).

Visto isso, então você precisa entender que existe uma demanda pela profissão e certas habilidades. Essa demanda existe porque os computadores dominaram o mundo e quem escreve o software que roda nos computadores somos nós. Não tem nada de especial em ser uma pessoa desenvolvedora de software, além dos altos salários que recebemos NESTA ÉPOCA (anos 2000) e privilégios que recebemos devido ao alto impacto da nossa produtividade no lucro final de quem nos contrata.

Em algum lugar do mundo existe alguém com uma ideia de produto digital que pode revolucionar a sociedade ou render muito dinheiro (ou os dois pontos ao mesmo tempo). E quem vai tirar essa ideia do papel será você, pessoa programadora.

Porém existem formas de contratação diferentes, como: agências de publicidade, consultorias de software e empresas digitais. Vamos entender a diferença entre essas contratantes.

Agências de publicidade

Por muitas pessoas elas são odiadas, porém tem uma grande demanda e alta rotatividade profissional e por isso podem ser o lugar mais fácil de conseguir um primeiro emprego sem experiência e sem faculdade. Por isso as agências de publicidade tem muita oportunidade para o mais diversos perfis de pessoas desenvolvedoras de software. Desde quem trabalha com desenvolvimento web até quem trabalha com software embarcado.

Normalmente essas empresas são contratadas para trabalhar com o site institucional de grandes marcas. Outras vezes elas são contratadas para construir algo (um site, um aplicativo, uma campanha de publicidade com várias frentes digitais, etc) e, depois de entregar, precisam partir para o próximo projeto de outra empresa.

Devido a necessidade constante de correr atrás de um novo cliente e a pressão das entregas urgentes para as marcas não perderem o time to market (a hora certa de lançar uma campanha e ganhar os clientes), as agências possuem (normalmente) um ambiente bem insalubre e muitas pessoas relatam odiar esses lugares. Mas devem existir boas agências para trabalhar. Se você conhece alguma, compartilha esse artigo e me marca no Twitter @1ilhas para eu também compartilhar.

Consultorias de software

Bem parecido com as agências de publicidade, as consultorias são contratadas para desenvolver alguma automação para um cliente ou mesmo dar manutenção em sistemas existentes. Porém não fazem uma campanha de publicidade, desenvolvem somente a parte de sistema (ou até mesmo um site) e entregam esse projeto sem o restante do trabalho de marketing que uma agência de publicidade produz.

Essas empresas também possuem uma grande demanda profissional, mas uma rotatividade menor por serem ambientes “melhores” para se trabalhar do que as agências. Sua alta demanda se dá realmente por fecharem contratos longos e darem manutenção a grandes sistemas durante muito tempo.

Nesse tipo de empresa você pode trabalhar no escritório ou em algum cliente prestando sua consultoria ou realmente programando lá mesmo.

Excelentes exemplos de consultorias fantásticas para se trabalhar são a ThoughtWorks e a Lambda3. Empresas muito amistosas para a diversidade e inclusão, assim como referência em ambiente de trabalho produtivo e respeitoso com as pessoas que trabalham por lá.

A maioria das consultorias não cobram uma faculdade para você atuar como pessoa desenvolvedora de software, mas podem exigir certa experiência para compensar a falta do canudo. As empresas que eu citei não cobram nada disso para uma pessoa iniciante e ainda possuem ótimos planos de carreira para quem quer entrar lá.

  • Eu não recebi nenhum dinheiro para falar dessas empresas, elas nem sabiam que eu iria escrever este artigo

Empresas digitais

Essas são as mais famosas. Empresas digitais ou empresas de tecnologia são as que desenvolvem e mantém os seus próprios produtos, como é o caso da Google, Facebook, etc. No Brasil temos diversas startups gigantes e com muita vaga de emprego, não pela rotatividade, mas pela necessidade de constante agilidade nas entregas e na construção de produtos impactantes para aguentar a concorrência.

Algumas dessas empresas ainda estão presas no passado e cobram sim faculdade para você receber um primeiro contato das pessoas do RH, mas não é a maioria.

Grandes exemplos são as empresas que eu compartilhei na lista de empresas que contratam pessoas acima dos 40 anos em migração de carreira: confere aqui.

Para sua tranquilidade eu já trabalhei em todos os cenários anteriores e em nenhuma das empresas que eu passei me foi solicitado o curso superior.

Diferentes profissões onde você pode atuar

Hoje em dia o mercado de tecnologia está imenso. Existem profissões para todo perfil de pessoa e ainda profissões nascendo devido a demandas específicas.

As mais comuns no Brasil são:

  • desenvolvimento frontend
  • desenvolvimento backend
  • desenvolvimento fullstack
  • desenvolvimento mobile (Android/iOS)
  • análise/ciência de dados
  • engenharia de dados
  • SRE (Site Reliability Engineer)

Todas essas profissões são altamente demandadas devido a toda empresa precisar de um site ou possuirem plataformas online (onde entra a pessoa de frontend, backend ou a fullstack), um aplicativo (dev mobile), precisar trabalhar com dados e extrair informação relevante a partir disso (análise/ciência/engenharia de dados) e isso tudo precisa ficar no ar para aguentar a demanda crescente de usuários (SRE protege nosso emprego aqui).

Não existe a profissão ideal para cada perfil de pessoa. Eu sempre indico que você pesquise e aprenda sobre isso no YouTube e escolha o que mais lhe brilhar os olhos, aquilo que você mais achar legal. Até por isso que eu não quero escrever a diferença entre cada uma aqui para evitar algum viés inconsciente da minha parte que possa te empurrar para algum lugar.

Diferentes tecnologias que você pode aprender

Para cada profissão, existirá uma gama imensa (sério) de tecnologias que você precisará aprender. Desde linguagens de programação até as ferramentas de produtividade. Mas não se acelere agora. Uma pessoa iniciante não precisa dominar TUDO.

Existe um site que elenca os tópicos que precisamos aprender para cada profissão, é o roadmap.sh. Você também pode procurar pelas comunidades de programação que existem pela internet a fora. No Facebook, basta você procurar por “profissão/tecnologia x” que vai encontrar algum grupo que pode te ajudar no início.

Só tome cuidado com as dicas que receber e utilize as informações como dados que você irá analisar para tomar uma decisão. Não procure alguém que vai te dar uma resposta e você seguir isso a risca. A realidade das pessoas são diferentes e você pode cair em uma armadilha profissional muito grande se não tomar suas próprias decisões.

Se você não souber como montar um plano de carreira, vem neste artigo aprender: criando nosso plano de carreira no Trello.

Métodos de estudos

Você precisará aprender a aprender se quiser entrar na área de programação sem uma faculdade.

Existem vários métodos de estudos e você vai precisar encontrar algo que se encaixe em sua vida, pois (mais uma vez) não tem como eu te dar uma resposta perfeita a pronta entrega para você sair estudando e conseguir o trabalho. Eu estou aqui para te dar dados, você vai transformar isso em informação e utilizar na sua vida profissional.

Existe um livro MUITO BOM, que eu li, reli e ainda uso como referência quando preciso reaprender a aprender. Se chama Você Sabe Estudar?, do Claudio Moura Castro. É um grande resumo de diversas práticas, desde como ler um livro sem perder tempo até como fixar o conhecimento na nossa mente.

Acesse este link ou clique na imagem abaixo para conferir o preço e (se estiver legal) adquira esse livro antes de começar a aprender qualquer coisa.

Livro Você sabe Estudar?

Meios de praticar programação

No artigo como aprender uma nova linguagem de programação por ano eu deixei várias dicas de como aprender e praticar programação, mas hoje eu quero te dar mais uma dica importantíssima, que eu até cheguei a comentar no artigo sobre paralisia por análise: desenvolva coisas.

Não vai adiantar você ler um monte de artigos, ver uma penca de vídeos, estudar 80% da semana se você não escrever código. Inclusive, será assim que você vai conseguir ganhar a tal da experiência que as empresas pedem.

Experiência em programação, sem trabalhar com programação

Como disse anteriormente, a maneira que você terá de conseguir experiência em programação, sem nunca ter trabalhado com programação é praticando.

Talvez você se assuste e não saiba como praticar, por onde começar. Te respondo isso agora!

Existem milhares de aplicativos que você pode COPIAR, é isso mesmo… Copiar. O melhor modo de praticar programação e ainda criar um portfólio é copiando softwares existentes. Desde uma interface de um aplicativo (caso você queira trabalhar com frontend ou mobile), uma brincadeira de copiar as respostas de um sistema (caso você queira trabalhar como backend ou fullstack) e até mesmo refazer análises de dados já existentes. Você precisa praticar. Se for para SRE, você pode escrever scripts para subir infraestrutura baseado nos desafios que aplicações modernas possuem (você vai aprender isso em seus estudos).

Com isso em sua mente, você precisa expor o seu conhecimento de alguma maneira. O meio que eu arrumei para isso foi com o meu blog (este mesmo que você está lendo). Assim que eu comecei a trabalhar com programação, comecei a catalogar coisas que eu aprendia aqui. Depois este blog virou uma maneira de eu ensinar para meus mentoreados e mentoreadas algo que é repetitivo, mas, mesmo assim, acaba sendo uma maneira de expor o que eu sei/faço.

Você não precisa criar um blog, só precisa expor o seu trabalho e isso pode ser no GitHub. Inclusive se você tiver projetos no GitHub é muito mais fácil de avaliar seu conhecimento. Não precisa ser nada avançadíssimo para subir no GitHub, tudo o que você produz é fruto do seu conhecimento e você deve colocar lá, mesmo um repositório simples de hello_world’s.

Se você não manja nada de GitHub, eu preparei um vídeo para te ajudar nisso, pode conferir aqui: Git e GitHub na prática.

Conclusão

Como eu te disse, não será nada fácil percorrer o caminho de entrar na área de programação sem formação tradicional ou “experiência”. Porém não é impossível e você também pode conseguir, assim como eu e várias outras pessoas.

Eu espero que esse artigo tenha tirado suas dúvidas, mas se ficou algo faltando, pode conferir esse outro material de apoio:

Se quiser saber como eu fiz para entrar na área, confere aqui: HACKEANDO A CARREIRA DE DESENVOLVEDOR

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Photo by Javier Allegue Barros on Unsplash

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